A
Espiritualidade é mais que estar em sintonia com o Divino. Não é compreendê-lo,
mas admitir que Seus planos são perfeitos, aceitando-os e atingindo com isso a
paz interior e o ápice da felicidade. Não é considerá-lo inatingível por Sua
grandeza, porém ter sensibilidade de que pode-se alcançar a Deus dentro de si mesmo.
Não é achar que o sublime está somente no Céu, e sim observar que também se faz
presente entre a humanidade de maneira mais simples possível: no que é ‘belo’.
Partindo
disso, não se dá o devido valor ao belo. Vive-se em uma Era em que o bonito “é
o que há”. Assim como tudo o que é passageiro, o bonito de hoje, será o
ridículo de amanhã. O próprio significado da palavra já diz que bonito é o que
agrada aos sentidos, sem ser propriamente belo. É humano, transitório e ditado conforme
os costumes e hábitos da sociedade. O maior exemplo disso seria a moda, no seu
ciclo instável e crítico.
Já o
belo significa que possui forma perfeita ou proporções harmônicas; que é
elevado e sublime. É divino, diretamente desejado por Deus, constituído de
valores e permanente, passando-se por séculos, gerações ou eras ao longo dos
tempos. Pode-se dizer que a forma mais propícia de identificar se algo é benévolo
seria observando se é belo ou não. No plano terrestre, o belo comprova a
constante presença do Todo-Poderoso entre a humanidade, e o mais incrível, está
tanto nas coisas mais simplórias do cotidiano (como cita a bela a poesia
abaixo), quanto nas mais arrojadas, na diversidade e no sacrifício humano de ir
além de sua capacidade ao criar, transformar e cultuar.
Com
isso, cabe a nós, em nossa humildade discernir ambos. Não é mau achar bonito o
bonito. Infeliz é não enxergar o belo – apesar de estar em todas as partes – ou
não reconhecê-lo como sublime: este não chega até Deus; não vive
espiritualmente em paz. E é isso que está em extinção no mundo.
Ao
me deparar com uma árvore frondosa
De
tronco altivo e folhas vistosas
Uma
dúvida surgiu em minha mente
Cravou
em mim como uma semente
E
como a semente, início daquela visão
Refleti
sobre a emergente questão
O
que é a beleza, em sua essência?
O
belo, o bonito... alguma coincidência?
Era,
de fato, uma bela pergunta a se fazer
Aquela
paisagem bonita de se ver
Me
pôs a pensar em dois conceitos
Mas
com um olhar cada vez mais estreito
Quando
percebi o caminho que tomava
Voltei
à imagem onde eu estava
E
vi que não podia reduzir desse jeito
A
beleza a um simples conceito
É
belo aquilo que muito encanta
Até
mesmo o pássaro que canta
Com
sua simplicidade e beleza
É
belo em sua mais alta pureza
A
arte da vida, em todas as suas formas
Mostra
sua perfeição em tudo que forma
E
a natureza, essa fúria indomável
É
um palco com decoração louvável
Olhando
aquela árvore diante de mim
Guardei
meus pensamentos, enfim
Por
que buscar tantas definições
Se
posso apenas admirar as atrações?
Por: Aelson Michelato Filho” (Texto) e Rodolfo Mair Coelho (Poesia)
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