Postagens populares

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Bonito e o Belo

A Espiritualidade é mais que estar em sintonia com o Divino. Não é compreendê-lo, mas admitir que Seus planos são perfeitos, aceitando-os e atingindo com isso a paz interior e o ápice da felicidade. Não é considerá-lo inatingível por Sua grandeza, porém ter sensibilidade de que pode-se alcançar a Deus dentro de si mesmo. Não é achar que o sublime está somente no Céu, e sim observar que também se faz presente entre a humanidade de maneira mais simples possível: no que é ‘belo’.  

Partindo disso, não se dá o devido valor ao belo. Vive-se em uma Era em que o bonito “é o que há”. Assim como tudo o que é passageiro, o bonito de hoje, será o ridículo de amanhã. O próprio significado da palavra já diz que bonito é o que agrada aos sentidos, sem ser propriamente belo. É humano, transitório e ditado conforme os costumes e hábitos da sociedade. O maior exemplo disso seria a moda, no seu ciclo instável e crítico.

Já o belo significa que possui forma perfeita ou proporções harmônicas; que é elevado e sublime. É divino, diretamente desejado por Deus, constituído de valores e permanente, passando-se por séculos, gerações ou eras ao longo dos tempos. Pode-se dizer que a forma mais propícia de identificar se algo é benévolo seria observando se é belo ou não. No plano terrestre, o belo comprova a constante presença do Todo-Poderoso entre a humanidade, e o mais incrível, está tanto nas coisas mais simplórias do cotidiano (como cita a bela a poesia abaixo), quanto nas mais arrojadas, na diversidade e no sacrifício humano de ir além de sua capacidade ao criar, transformar e cultuar. 

Com isso, cabe a nós, em nossa humildade discernir ambos. Não é mau achar bonito o bonito. Infeliz é não enxergar o belo – apesar de estar em todas as partes – ou não reconhecê-lo como sublime: este não chega até Deus; não vive espiritualmente em paz. E é isso que está em extinção no mundo. 

Ao me deparar com uma árvore frondosa
De tronco altivo e folhas vistosas
Uma dúvida surgiu em minha mente
Cravou em mim como uma semente

E como a semente, início daquela visão
Refleti sobre a emergente questão
O que é a beleza, em sua essência?
O belo, o bonito... alguma coincidência?

Era, de fato, uma bela pergunta a se fazer
Aquela paisagem bonita de se ver
Me pôs a pensar em dois conceitos
Mas com um olhar cada vez mais estreito

Quando percebi o caminho que tomava
Voltei à imagem onde eu estava
E vi que não podia reduzir desse jeito
A beleza a um simples conceito

É belo aquilo que muito encanta
Até mesmo o pássaro que canta
Com sua simplicidade e beleza
É belo em sua mais alta pureza

A arte da vida, em todas as suas formas
Mostra sua perfeição em tudo que forma
E a natureza, essa fúria indomável
É um palco com decoração louvável

Olhando aquela árvore diante de mim
Guardei meus pensamentos, enfim
Por que buscar tantas definições
Se posso apenas admirar as atrações?


Por: Aelson Michelato Filho” (Texto) e Rodolfo Mair Coelho (Poesia)