Para compreender melhor sobre o
Cristianismo, deve-se começar por sua principal – e misteriosa – doutrina: a
Santíssima Trindade. Como o próprio nome diz, é formada por três pessoas: o Pai,
o Filho e o Espírito Santo, que são o próprio Deus.
- O Pai é o CRIADOR e princípio de
todas as coisas visíveis e invisíveis. Citado desde o livro do Gênesis, é D’ele
que vimos e para Ele que retornaremos. É o próprio amor, justiça e verdade. Sua
ênfase como sendo o “Pai Nosso” é apresentada por Jesus nos trazendo a
confirmação de que somos Seus filhos e criaturas amadas, pertencemos a Ele. É
que cultuado e adorado por todas as religiões monoteístas.
- O Filho é o SALVADOR. Jesus Cristo,
base de toda doutrina Cristã, é considerado além de mestre e messias, o Emanuel
(Deus conosco), que veio para livrar-nos dos nossos pecados por meio do sangue
derramado por Sua crucificação e, a partir disso, nos deixar a certeza da
Ressurreição. Marca a renovação de um Era, tanto religiosa quanto histórica e filosófica
devido o Seu reconhecimento.
- O Espírito Santo é o CONDUTOR da
humanidade, o Espírito de Deus que habita todos os lugares durante todos os
séculos. Ele falou pelos Profetas, esteve com Jesus de seu nascimento até a sua
ressurreição e afirmou Sua grandiosidade no dia de Pentecostes, em que fez dos
medrosos Apóstolos, corajosas testemunhas de Cristo. Atualmente possui um amplo prestígio, principalmente entre
as Igrejas Pentecostais e Neopentecostais e na Renovação Carismática Católica.
Mistério complexo de se entender em
que três pessoas formam uma só divindade. Provavelmente jamais será
perfeitamente compreendido por nós, humanos, pois nossa capacidade de
raciocinar, é limitada. Estamos limitados, por exemplo, a um determinado tempo
e espaço, criados por Deus.
Assim como os animais de um modo
geral, em que, por mais inteligentes que forem, nunca terão raciocínio o
suficiente para falar ou realizar qualquer outra atitude exclusivamente humana,
nosso intelecto também é restrito. O enigma do Deus Trinitário está acima da
nossa racionalidade, pois quem criou a mesma, foi a própria Trindade.
Porém, segundo o Catecismo da Igreja
Católica, reconhecemos a razoabilidade desse mistério ao aceitarmos tal
revelação. Isso se dá somente conhecendo-se o Pai através do Filho: “Ninguém vai o Pai senão por mim. Se vós me
conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Eu estou no Pai e o Pai está em
mim.” (Jo 14, 6-7; 11). Assim também o Espírito Santo através do Filho,
chamando Este à vida terrena no ventre da Virgem Maria (Mt1,18), que O atestou
como Filho amado (Lc 3,22), O conduziu (Mc 1,12) e O vivificou até o fim (Jo
19,30), expirando-O na cruz e, após a Sua ressurreição, doou-O aos Seus
discípulos (Jo 20,22).
Quando Deus
decidiu-se por Si, visando o Seu amor a Seus filhos, mostrou-nos que “Ele não é solidão, mas perfeita comunhão”, como disse o Papa
Emérito Bento XVI. Se Ele fosse só e solitário, não poderia amar desde toda a
eternidade. Com o simbolismo do número três, Ele nos confirma Sua infinita grandiosidade
e perfeição, utilizado em muitas crenças e culturas como o algarismo da
perfeição.
Como uma simples forma de esclarecer
tal Dogma, podemos tomar como exemplo de comparação a substância mais pura e
necessária para a sobrevivência: a água. Coincidentemente – ou não – ela possui
três estados, representado pelo gelo, pela água propriamente dita e pelo vapor.
São três formas completamente diferentes de uma mesma substância, formulação
química e essência – assim como a Trindade. Indo ainda mais a fundo, o gelo
melhor representaria o Filho, que toma uma forma sólida e concreta – no meio de
nós. A água líquida, o Pai, que, por sua maleabilidade é capaz de estar em
todos os lugares – em todas as diferentes religiões e credos monoteístas. Já o
vapor, simbolizaria o Espírito Santo que, apesar de também estar em todos locais,
muitos simplesmente ignoram a sua existência, porém sem ele a interferência
dele não haveria o clima amenizado – não haveria a paz. Talvez por isso
utiliza-se a água para sermos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
Como aspecto último dessa análise,
por toda a Sua perfeição, podemos sempre nos lembrar que a Trindade Una é
completa porque é Amor. Já dizia Santo Agostinho que, onde existe Amor existe a
Trindade: um que ama, um que é amado e um que é fonte de amor.
A Perfeição da Santíssima Trindade se completa pelo amor e por amor
Por: Aelson Michelato Filho"